sexta-feira, 9 de agosto de 2013

Do sonho que tive com ele

     Sonhos são um mistério, escrever sobre um sonho é perigoso. Posso acabar contando a história mais mentirosa do mundo sem o dolo da mentira, porque a mente se organiza de um modo muito peculiar. Vou dizer do pouco que me lembro:
     Lembro dele de olhos verdes. Pele morena clara. Muito magro. Cabelo ondulado. Vozeirão de sempre. Eu não acho que ele tenha mesmo olhos verdes, mas nunca olhei de perto pra ter certeza. Sei que combinaria, certamente. Acho que o corpo tísico precisaria de um ponto assim, que demonstrasse que ele é seguro como eu tenho notado que ele é, portanto no meu sonho ele colocava num olhar esmeralda suja toda a força que ele tinha. 
     Estávamos numa festinha de rua, uma quermesse típica de cidade pequena como Quatis. Mas tudo acontecia um pouco longe do centro da cidade, parece que mais perto da minha casa. Eu estava conversando com amigos quando o percebi parado como sempre em algum canto da rua, me olhando. Um olhar intrigante, como o de quem quer fazer uma pergunta. Eu passei perto dele e ele disse: "
quero falar com você depois".
     Nesse meu sonho o meu inconsciente projetou num encontro de festinha de rua toda a minha expectativa sobre um momento com ele . Era exatamente o que eu vinha querendo a muito tempo: conversar, saber quem ele é, o que ele faz, o que ele usa que o deixa tão magro, com o que ele sonha. Finalmente ele tomava a iniciativa de sugerir um diálogo maior que os dos encontros ocasionais de esquina, que só tinham uma frase. Mas era tudo um sonho, a gente não conversou de verdade. Acordei sem saber o que ele queria falar comigo.

Passei o resto do dia visualizando a cena, criando na mente os vários assuntos que poderíamos ter tratado no sonho ou na vida real...

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