segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

E assim renasceu o Natal

"Se você quer mesmo saber, Natal é só uma grande desculpa pra se gastar." "Doei nossa árvore de Natal, aqui em casa não tem mais criança" 
Ali jazia um par de ouvidos, meia dúzia de sonhos, um bocado de desejos cintilantes cor-de-natal. Natal tinha cor pra ele, tinha brilho, tinha rastro de luzes e cheiro de forno com bolo. Tinha vontade de passear, tinha vontade de admirar a energia que tudo tinha. Mas aquelas frases vieram seguidas de um aspirador de pó de pirlimpimpim. Ficou tudo limpo em seguida, alvo e seco. Mas antes tivesse alguma cor.
Nem tudo estava perdido. Ele fez uma promessa, rebelde que era, teimoso que era: Natal não seria pra ele coisa de criança, não seria pra ele data de apenas comprar, não perderia o cheiro e a cor, e tudo que mais possuía intrinsecamente. Porque se Natal era uma invenção, agora era uma invenção sua.

segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

post perdido nos rascunhos de uma manhã sem jeito...

Acordei hoje com vontade de dormir por mais três horas. Guiei meu corpo pelas vielas conhecidas do quarto pequeno, arrastando o par de chinelos laranja pelo caminho com os olhos cerrados, até a porta. bati a perna em algum objeto comum do quarto, que me fez consciente dos movimentos errantes. Agora lembrando, não sei dizer bem se eu me sentia num corpo ou em qualquer outro recipiente mais pesado. Já na cozinha, não tinha café na garrafa, não tinha pães no armário, não havia leite na geladeira, não tinha nem o farelo do bolo de ontem. Não tinha ânimo pra permanecer naquela cozinha. Me arrastei mais um pouco até outro cômodo, que, agora lembrando, nem era meu quarto, era outro lugar. Daí eu sentei naquela almofada, que, revendo aqui na minha mente, eu achara que era meu travesseiro. Apenas virei meu corpo de lado e devolvi as 3 horas que o recipiente pedia. Mais tarde acordei atrasada pra vida, com fome de almoço, com sede de leite quente. O rosto oleoso, e o cabelo daquele jeito. Era mais tarde do que eu pensei. Perdoe se te fiz ler tudo isso enquanto você achava que leria algo bonito ou coisa do tipo. Agora lembrando aqui, eu também achei que sentaria e escreveria algo de bom. Se bem que, revendo aqui na minha mente, esta não é a primeira coisa que escrevo sem grande utilidade.
Talvez te faça refletir: se eu tivesse dormido mais três horas desde o início...

sábado, 3 de dezembro de 2011

que é pra ignorar o mundo explodindo lá fora.

te vejo na feira


A verdade é que quando eu olho pra ela
se houvesse chuva, eu sei que a aura de energia
que ela comporta ao redor
repeliria cada pingo
porque quando ela flutua na direção das frutas
e o dono da barraquinha olha pra ela
eu percebo que ele tem os olhos ofuscados
pela luz que ela comporta ao redor
e que vem de dentro, eu sei.
ainda assim, quando ela pega as maçãs
quando ela apalpa o tomate
eu sei que no fundo no fundo
ela apenas cumpre com uma habilidade admirável
a mania de escolher com cautela
de qual desses tons de vermelho
vai ruborizar a pele do rosto
enquanto me olhar parado na outra calçada
e perceber que ao mesmo tempo eu olhava de volta.
aí ela vai se assustar por me ver ali mais uma vez...
depois ela vai caminhar novamente
com um ar de quem não se importa
mas eu sei que no fundo no fundo
na hora de descascar as frutas que comprou pela manhã
vai se perder em pensamentos tão dispersos
e na sublimidade de suas reinações
vai me lembrar parado na esquina
acompanhando toda aquela candura
entornar os pés um de cada vez na calçada enquanto passa.
se ela soubesse que eu acordo cedo só pra ver isso
aquele princípio de sorriso perdia a vergonha
e ela acenaria, só por simpatia
e eu ia dormir bem mais leve que as sacolas que ela carrega.

sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

tava pensando aqui...

Tirei férias do blog pra acalmar a mente... quanta bobagem, meu Deus.
Na verdade eu estava sem tempo pra fazer o que gosto. Putz.
É assim que eu transgrido minha filosofia de vida.
E isso vai acontecer ano que vem novamente, tenho quase certeza
porque eu poderia vir aqui e dizer que não farei novamente, não errarei nunca mais
mas nós sabemos que seria mais um pensamento bobo.
Eis que volto à rotina da escrita novamente. Bem vindo ao blog (: