quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Taciturno

Se a lua disser
"Chega" do teu pranto
e porventura fizer frio
pegue um manto
cobre os braços
inibe o arrepio
a lágrima teimosa.
Cessa a dor se puder
e o torpor, se vier
põe no rosto
e o desgosto de mulher
antes exposto
faz transposto por um sorriso sequer
dorme assim como quem sonha
sonha sim
como quem quer.
Tudo o que nasceu dentro de mim
insiste em dentro mesmo permanecer
como a lágrima chorada outrora,
como a perfeição que o espelho nega,
como os poemas que eu mesmo nego
são apenas reflexos da fraqueza muda e covardede
de alguém que pensa ter o mundo nas mãos
mas no final percebe
que apenas escreve
o que o mundo todo diz
com palavras faladas sem medo.