quinta-feira, 20 de outubro de 2011

receios


Se não me falha a memória, foi há alguns fios brancos a menos
há algumas esperanças a mais
quando eu tinha menos medo de ter medo
mais fome e mais pressa
mais água na boca

as flores eram em preto e branco e em baixa definição
mas possuíam muito mais vivacidade
e mais valor.

Foi quando eu ganhei aquele barbante dela para fazer de anel e achei que foi o melhor presente do mundo. Porque exalava amor daquela simplicidade. E eu reconheci no ato

Na época em que minha mãe dizia que "caramba" era palavrão e eu acreditava. Exalava amor daquela estranha ação. E eu reconheci com o tempo.

Mas hoje o tempo se vai e se vai e eu tenho dificuldade de encontrar a fragrância das simplicidades cujos amores me faziam refletir bem menos,
e acreditar sem receios.
e viver melhor, por conta disso.

Receio até se o pão que me chega quentinho de manhã é feito de farinha trigo ou de cal. Mas como. Tudo tem estado estranhamente artificial... Devem ser mesmo as evoluções que prefiro não entender.








terça-feira, 18 de outubro de 2011


A menina que escrevia morava num jardim secreto onde a flora assumia cor e formato incerto, mas que a menina conseguia, com um dom muito discreto, interpretar com todo afeto e transformar em poesia...