segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

E assim renasceu o Natal

"Se você quer mesmo saber, Natal é só uma grande desculpa pra se gastar." "Doei nossa árvore de Natal, aqui em casa não tem mais criança" 
Ali jazia um par de ouvidos, meia dúzia de sonhos, um bocado de desejos cintilantes cor-de-natal. Natal tinha cor pra ele, tinha brilho, tinha rastro de luzes e cheiro de forno com bolo. Tinha vontade de passear, tinha vontade de admirar a energia que tudo tinha. Mas aquelas frases vieram seguidas de um aspirador de pó de pirlimpimpim. Ficou tudo limpo em seguida, alvo e seco. Mas antes tivesse alguma cor.
Nem tudo estava perdido. Ele fez uma promessa, rebelde que era, teimoso que era: Natal não seria pra ele coisa de criança, não seria pra ele data de apenas comprar, não perderia o cheiro e a cor, e tudo que mais possuía intrinsecamente. Porque se Natal era uma invenção, agora era uma invenção sua.